Um novo gênero botânico de Sapindacea, da família do guaraná, foi descoberto na área conservada de Mata Atlântica em Linhares, na região do Rio Doce, no Espírito Santo. O novo gênero foi batizado de Alatococcus. Já a espécie, que recebeu o nome vulgar de Pitomba do Rio Doce, foi denominada Alatococcus siqueirae em homenagem ao pesquisador parabotânico que fez a descoberta, Geovane Siqueira, da Reserva Natural Vale (RNV) .
A coleta do material foi feita em uma propriedade localizada em Linhares e às margens do Rio Doce. O novo gênero foi reconhecido pela Ciência a partir da publicação na revista científica Phytokeys, em março de 2012.
Segundo o parabotânico, não há registro desse gênero em nenhuma outra parte do Brasil ou do mundo.
“Trata-se de uma árvore, com frutos. Já existia uma coleta dessa planta, mas do material em fruto. Não dava para afirmar se era ou não um novo gênero. Fizemos várias comparações, buscamos nos catálogos existentes e vimos que não se enquadrava em nenhum gênero já descrito. Uma espécie nova já é difícil de se encontrar. Um gênero é mais difícil ainda”, explica Geovane Siqueira.
Ele chama a atenção para a importãncia da preservação. “Ainda tem muito a ser descoberto, novas plantas plantas estão aparecendo. Isso enriquece a flora do Espírito Santo e do Brasil. Isso precisa ser preservado. Quem sabe se ainda vamos encontrar novas propriedades medicinais, plantas que podem curar doenças que ainda não têm cura?”, afirma Siqueira.
Herbário da Reserva – O parabotânico afirma que a identificação e o reconhecimento do novo gênero por parte da Ciência foi possível graças ao Herbário da Reserva Natural Vale, cujo acervo, composto de uma coleção científica de espécies vegetais, contribui para o conhecimento da flora da Mata Atlântica.
O Herbário da Reserva Natural Vale (RNV) é uma coleção científica composta que contribui para o conhecimento da flora da Mata Atlântica. Atualmente, mais de 3.700 amostras de espécies botânicas coletadas na RNV integram o acervo de diferentes herbários do Brasil e do mundo. É o caso do Virtual Botanic Garden, do New York Botanical Garden, do Missouri Botanical Garden e do Royal Bontanic Gardens, alguns dos maiores herbários do mundo que também disponibilizam o material para consulta pela internet.
Esse compartilhamento de informações, que teve início em 2004, proporcionou a descoberta de espécies e gêneros da Mata Atlântica que até então eram desconhecidos pela Ciência. É o caso da Spiranthera atlantica, árvore que foi identificada na Reserva Natural Vale em 2010 e que recebeu o nome popular de “fava-de-quatro”. No herbário, que é referência mundial e também pode ser consultado tanto in loco quanto virtualmente, existem hoje cerca de 14 mil amostras de plantas. No Brasil, contam com material coletado na reserva o Instituto de Botânica de São Paulo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outros.
É consenso entre os especialistas, que muitas espécies, desaparecem, antes mesmo de serem descobertas pela ciência; assim essa notícia alvissareira vem nos brindar com esse presente em tempo de Rio +20, onde desfilam interesses de todos os lados, junto com pouca vontade de mudar, ao passo que disrcursos politicamente corretos, são proferidos e muitos dos que lá estão, só querem sair na foto.
– do Site AmbienteBrasil – (Fonte: Amanda Monteiro/G1)
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