Cientistas brasileiros elaboraram um novo tipo de tratamento para a doença de Chagas. A possível cura é baseada em mais de 30 anos de estudos que levaram à compreensão de como o Trypanosoma cruzi – protozoário que causa a doença – interage com o corpo do hospedeiro.
As pessoas infectadas pela doença de Chagas sofrem lesões no coração que levam à morte. Antônio Teixeira, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), descobriu que as lesões não são necessariamente causadas pelo T. cruzi, mas pelo próprio sistema imunológico do hospedeiro – processo conhecido como autoimunidade.
Ao longo de anos pesquisas, os cientistas descobriram que o microorganismo causa mutações genéticas nas células do hospedeiro. Uma vez que isso acontece, o sistema imunológico passa a produzir linfócitos – células de defesa – defeituosos, que atacam o coração. Desta forma, exterminar o protozoário não é suficiente para eliminar a doença.
O estudo mais recente foi feito com galinhas, que são imunes à infecção pelo T. cruzi. Com a mutação genética induzida, desenvolveram problemas cardíacos bastante semelhantes aos causados pela doença de Chagas, comprovando a hipótese. Essa pesquisa foi publicada pela revista científica “PLoS Neglected Tropical Diseases”.
Com a descoberta, há um novo tratamento possível para a doença de Chagas. Os linfócitos são produzidos na medula óssea. Portanto, Teixeira sugere que, matando os linfócitos e fazendo um transplante de medula óssea – tratamentos já existentes –, seja possível prevenir a doença. Se o coração já estiver danificado, o transplante também é uma solução.
“A função da ciência é oferecer soluções. Agora cabe à medicina utilizá-las”, afirma Teixeira, ao G1. Ele ressalta que, uma vez que a doença ataca o coração, a morte é uma questão de tempo e que, por isso, vale a pena pôr o tratamento em prática.
Trajetória – Teixeira dedica o resultado de anos de pesquisas a um agricultor que morreu aos 42 anos, pai de sete filhos, cujas iniciais eram J.E.S.. “Eu era assistente na clínica de cardiologia e ele foi meu paciente. Seis meses depois, eu estava na patologia, chegou o corpo dele e eu fui fazer o exame. Ele estava com o coração grande (inchado), mas não tinha Trypanosoma cruzi”, lembra-se. Desde então, o cientista vinha tentando compreender como se davam as lesões, uma vez que não eram necessariamente causadas pelo protozoário.
Ele agradece ainda a todos os pesquisadores que se dedicaram ao tema em pesquisas de pós-graduação, não apenas na UnB. “É uma história de construção coletiva de conhecimento científico”, define.
Esperemos que essa notícia alvissareira, traga a cura para essa doença tropical, que graça nessas paragens, que dizimou milhares de pessoas aqui e em outros paises tropicais.
(Fonte: Tadeu Meniconi/ G1) – do site AmbienteBrasil
Ola Scutti
Gostei muito do seu site e do blog também. Acho magnifico que pessoas se ocupem da regeneração das matas e preservação de especies nativas.
Qualquer pedacinho de terra deixado deixado ao léu, logo se cobre de arbustos e arvores que nem imaginamos de onde vem. Sao as sementes demostrando a força da natureza, que o ser humano infelizmente teima em destruir.
abraços do velho amigo
arnaldo a. rodella
Olá Antonio Carlos,
Estou dentro de um mundo completamente novo para mim. Novo no sentido de estar conhecendo os métodos para a recuperação das nossas matas e das espécies nativas. Li atentamente sobre o Ipê Amarelo. E isto porque o nosso cerrado do noroeste mineiro, na época da floração ,ficava lindíssimo tal a quantidade de ipês amarelos e de outras variedades de cores. O cerrado ressuscitava, renascia… Hoje com a devastação ocorrida nos anos de 1980 temos o mínimo do muito que havia. E quando me deparo com pessoas que fazem um trabalho de reconstituição da natureza aliado ao trabalho de conscientização da nossa responsabilidade de preservar, eu me curvo numa atitude de respeito. Parabéns por este belo trabalho!
Alda Barbosa